Ouvimos incessantemente das autoridades o quanto a feira de confecções é o pulmão da economia da cidade, é também o maior patrimônio do povo, ou talvez ouvimos que é o sustento das famílias que aqui residem.
Poderia esta aqui anunciando mais uma frase emblemática dessas que são ditas de boca cheia por aí, pelos que se dizem representar a feira de confecções desta cidade, mas lamento informar que não podemos massagear o nosso ego com palavras bonitas que pouco são utilizadas na prática. Ouvimos dizer que teremos a melhor feira, a mais estruturada, a feira modelo, mas que na verdade antes que saia do papel, era preciso organizar um pouco a que já existe para não exigirmos tanto de onde pouco se tira, isso mesmo, de onde pouco se tira, até porque se tivermos uma feira modelo um dia, esta será e acontecerá porque este povo que vira noites em bancas de madeira e jornadas de trabalho desumanas suou muito para construir.
É demasiadamente lamentável que após anos e mais anos ainda não demos se quer um único passo para melhoramento dessa feira, e continuamos repetindo erros que já até soam como chatos de estarem sendo repetidos pela comunicação. Feirantes reclamando das condições estabelecidas, locais impróprios, sem iluminação, acessos intransitáveis e tantos outros problemas, que acabam refletindo no mal atendimento ao cliente, isto porque, quem vem comprar se depara com estacionamentos desorganizados, mal sinalizados e arriscando ter seu carro rebocado, além de muitas vezes pagar para estacionar em setores públicos. E assistir a tudo isso vendo autoridades que não se preocupam em resolver os problemas, mas fazerem acordos com empresários que vieram para o município e não contribuíram em absolutamente nada, para beneficiar interesses particulares.
Até quando ouviremos dizer em discursos emblemáticos que o feirante é importante, quando na prática é tratado com desrespeito, sem receber quase nada de apoio. Até quando vamos ver acordos interesseiros sem que o problema do povo seja solucionado. Acordos que atropelam direitos e não assumem deveres, que passam por cima do povo porque se acham donos da verdade e de toda inteligência adquirida, que nem em toda antiga Grécia existe tanta intelectualidade como nesta terra.
O maior resultado que essa interminável desorganização trará a este povo que clama por uma feira melhor, será a perda do cidadão cliente, que viaja por horas pelo Brasil a fora para nos comprar e chegar aqui ser tratado de forma não muito agradável. Perderemos até o dia em que os clamores forem ouvidos pela classe política que a anos se abstêm da problemática, quando aprenderem a ouvir, quando a ganância não for mais o primeiro objetivo, ou talvez quando a prepotência fizer parte de um contexto passado.
Por Jessé Aciole
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