terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Um aniversário sem comemorações

Há exatos 62 anos, Toritama se emancipava e deixava de ser distrito de Taquaritinga do Norte. O progresso tem sido grande, do calçado ao jeans, a cidade cresceu no comércio e na vontade de trabalhar do seu povo guerreiro, porém estacionou no quesito infraestrutura.


Chegamos ao fim de 2015, rompemos a casa das seis décadas desde a emancipação, evoluímos de vila a cidade, fomos agraciados com o fato de estarmos no eixo de duas importantes rodovias que cortam o estado. Ficamos conhecidos pela fabricação do calçado, dele passamos ao jeans, e costuramos um progresso grandioso, com o povo batalhador erguemos um importante centro de compras na região, que foi pioneiro e modelo para as vizinhas, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru. Nossa roupa é usada e comercializada no país inteiro, é produto de exportação, orgulho de uma terra de trabalhadores.

Poderíamos estar comemorando a sua emancipação com muito mais orgulho e satisfação, se não fosse o comodismo e a irresponsabilidade de nossos gestores, que muito pouco fizeram para que a estrutura do município se equivalesse ao tamanho do seu comercio. Seria burrice ou loucura, ter nas mãos tamanho tesouro, e não valoriza-lo, não oferecer aos seus guerreiros das incansáveis horas de costura, uma estrutura de conforto, uma cidade digna de seu povo, uma base de apoio muito maior ao comercio, uma falta de quem pouco se importa com o bem estar de quem fez e faz essa terra crescer.

A cidade hoje é um enfermo, que vive sobre uma cama de hospital, desolado, esperando a cura de uma doença que se arrasta a anos, sustentada apenas por aparelhos chamados de povo, que não se cansam de lutar para que não se desfaça aquilo que foi construído. Já não se respira o esporte, nem mesmo um ar de cultura, até as datas e eventos importantes tem se desfeito ao passar dos anos.

Toritama que é mãe de uma legião de batalhadores, que recebe de todos os lugares, a quem busca o pão de cada dia. Terra prometida, que tem sido maltratada, hoje te parabenizo com tom de tristeza, por saber que quem te gere, não sabe cuidar de ti, e me solidarizo com teu clamor, pois sei que muito pouco tens a comemorar em mais um ano de emancipação.




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