terça-feira, 29 de maio de 2018

Poder que existe, poder que não se utiliza

Acreditar na ideia de solução para um país, onde apenas as forças armadas podem resolver as crises politicas, classes que só são lembradas para intervir militarmente é um tanto contraditório ou esquecimento de funções.

A crise não é de hoje, nem portanto é pelo aumento nos combustíveis. A crise é anterior a isso, é muito mais grave que tudo isso. No entanto ela não será resolvida com mais uma medida extremista ou imediata como os brasileiros estão acostumados, pois todo mundo quer que tudo se normalize, mas esquece de construir um congresso justo e compromissado, não liga para o Senado que está montando na hora das urnas, nem sequer pressionam seus representantes a assumirem responsabilidades que deveriam ser obrigações e não favores, pois pagamos muito caro por todo esse serviço não prestado. O político é empregado e não patrão, e enquanto isso não for apregoado na mente do povo, e enquanto o povo tratar político como ídolo, eles farão o que quiser em suas manobras.

Mas como se não bastasse toda a despreocupação do povo para com o cenário de desgraça nacional que se arrasta a anos, o povo quer sempre resolver tudo num passe de mágicas e acha que tudo é simples e fácil, é ir sempre no "Maria vai com as outras", é só achar que a solução deve ser imediata e tudo não passa de um jogo que tem seu prazo para terminar. Nem sequer lembram que estão tratando de uma nação, com enfermidades graves, que se não houver um tratamento sério acabará por falecer. E seu estado de agravamento foi exposto por uma classe que roda o país encima de eixos carregados de suprimentos necessários e que só foi possível saber de sua importância puxando o freio de mão.

Esse é o resultado de um país que se preocupa em imediatismos e em jogar a poeira para debaixo do tapete, para resolver hoje e deixar para lá, até que a bomba se estilhasse como agora. E mais uma vez querem tomar decisões imediatas, sem pensar, sem refletir, ou porque alguém com um discurso inflamado e com belas palavras disse que o melhor é intervenção. Intervenção de quê? de quem? De um país incapaz de resolver seus problemas pessoais?

A fragilidade da nação está em não saber resolver suas crises com coerência, com imparcialidade e com tranquilidade, está na falta de planejamento de um país onde tudo se resolve de última hora, e que se parecer que dará jeito, então faz! É por estas e outras que estamos pagando um alto preço, por irresponsabilidades mútuas, de pessoas que fazem o que bem entendem porque o povo gosta da comodidade, e que só levanta da poltrona se a televisão mandar, como marionetes incapazes de pensar e resolver suas próprias crises, porque só lhe parecem importantes na hora de votar, e depois disso o país não me importa, não é problema meu!

E pra quê digo tudo isso? Pra dizer que podemos ser mais importantes para a nação do que pensamos e do que ela está tendo de importância, e para deixar claro que poderes e deveres não devem extrapolar suas instâncias, devem mesmo é cumprir com seus papéis de bons servidores públicos que muito bem recebem para tal desenvolvimento.

Já imaginou que interessante seria, se no lugar de pensar que o Exército Brasileiro é patriota com tamanho amor apenas para intervir na politica, e que devesse mesmo era nos ajudar no barramento das fronteiras, que os reforços das ruas fossem muito maiores, e que a segurança que passa por momentos críticos fosse reforçada por nossa força de segurança nacional. Era muito melhor que assim como a justiça deve cuidar das suas práticas, e que os médicos cuidem dos enfermos, as forças de segurança cuidassem do nosso patrimônio. E se esse amor patriota repito, não aparecesse somente a cada vez que eclodisse uma crise, mas em todas as vezes em que o país precisasse desse amor solidário que me parece escasso em outras ocasiões.

Na verdade a sensação é de que existe um poder forte e capaz, mas que não se apresenta como deveria, é um poder que existe sem ser utilizado, e por não cobranças para que cada setor funcione naquilo que foi proposto, o Brasil vive órfão de entendimento, achando que as crises se resolvem no extremismo ou na escolha de qualquer forma de governo sem pensar nas suas consequências. E que bom que nossos setores funcionassem em cada quadrado de maneira eficaz, e que o povo e a classe entendesse que o militarismo deve garantir nossa segurança e não se envolver com a politica, pois o juramento não foi o que lhe parece.

Por Jessé Aciole






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